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  • Foto do escritorJoão Neto

[Crítica] Becky: um Esqueceram de Mim violento

Atualizado: 17 de fev. de 2021

Nos últimos meses, a indústria cinematográfica teve que explorar alternativas para continuar funcionando em tempos de pandemia. Em questão de distribuição, uma delas parecia óbvia: os streamings. Mas foi revisitando velhos hábitos que a experiência foi resgatada, com o investimento em cinemas drive-ins. Muitos filmes independentes foram beneficiados com a estratégia e um deles foi Becky, uma mistura de ação e thriller que posiciona nossa querida Lulu Wilson (uma promissora scream queen que brilha desde Ouija: Origem do Mal, Annabelle 2 e mais recentemente A Maldição da Residência Hill) como uma pré-adolescente birrenta que não superou a morte da mãe e se vê obrigada a ir numa viagem com o pai (Joel McHale), sua nova namorada (Amanda Brugel) e o filho dela Ty.


Os planos da viagem à casa do lago é prover um lugar familiar para a jovem receber a notícia do noivado deles. Mas as coisas ficam complicadas quando um grupo de neo-nazis, liderados por Dominick (Kevin James), retornam à casa - que estava até então vazia - para recuperar uma importante chave que deixaram escondida. As coisas saem de controle e logo Becky, na plenitude de seus 13 anos, precisa bater de frente com marmanjos violentos para sobreviver e descontar toda a raiva guardada dentro de si.



Wilson encarna um papel quase Macaulay-Culkiano e protagoniza cenas extremas desde esfaquear um homem até a morte com uma arma improvisada feita por lápis-de-cor amarrados e até mesmo queimar outro com uma pistola de água cheia de gasolina. Como sempre competente, ela entrega uma performance intensa ao lado de seu antagonista, Kevin James, em um papel distante de sua zona de conforto nas comédias, mas que não deve em nada a sua contraparte adolescente.


Talvez meu maior problema com Becky é que ele luta contra si mesmo para acertar o tom, pois por mais que o lado sentimental seja importante para desenvoltura da personagem-título, ele se leva a sério demais para o seu próprio bem. Temos em mão uma premissa onde uma adolescente precisa enfrentar sozinha uma gangue de brutalhões utilizando, na maioria das situações, materiais escolares ou infantis e ainda assim a direção não se permite mergulhar no absurdo. Um detalhe que equilibra esse incômodo (para mim) é que a Becky não é exatamente uma super-heroína e não é por que ela é uma criança que ela não vai apanhar no meio da selvageria toda. E ela apanha pra cacete.


No fim das contas, Becky é um filme divertido e bem-intencionado. Com performances fortes da dupla principal e boas doses de vingança e violência, o longa incorpora a amargura adolescente em 100 minutos de Lulu Wilson descendo o cacete em neo-nazistas. E esse detalhe já é tudo que você precisa pra conferir.


BECKY

USA | 2020 | 100 minutos

Direção: Jonathan Milott & Cary Murnion

Roteiro: Nick Morris, Lane Skye, Ruckus Skye

Elenco: Lulu Wilson, Kevin James, Joel McHale, Amanda Brugel, Robert Maillet






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